quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Contemplação da ausência

Por que a ausência está sempre em evidência?
Nos olhamos no espelho e encontramos imperfeições. Não só físicas, mas também psicológicas. Eu enxergo inúmeras. Temos a incapacidade de considerar o espelho como nosso amigo. O problema está em nossos olhos.
Estes, denominados 'janelas da alma' são mais inimigos que aliados. E nós somos os culpados, pois confiamos a eles a visão da imperfeição. Quantas coisas boas somos capazes de ver ao nos olharmos no espelho? Não importa a quantidade, o que enxergaremos será uma mísera verruga de nosso defeito.
E ao dar as costas a ele, que vemos? Seres humanos que também se fitaram no espelho não amigo, com os mesmos olhos negativos.
Sabemos elaborar uma lista com todos os itens que faltam para nós. Todas as qualidades que queremos ter. E até mesmo bens materiais, que não precisamos. O que já temos de bom, e o que há de bom nos seres humanos, não sabemos dizer. Parece que não é relevante!
Porque não instruir nossa janela da alma a enxergar o que realmente há de bom? Por que não administramos nossa capacidade intelectual para valorizar a presença e não a ausência?
Conquistamos e lutamos para perder, para depois contemplar a ausência. O ser humano é autodestrutivo. "A arte de perder não é difícil dominar", pois queremos perder o que temos para a ausência contemplar.




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