sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Comunicado aos leitores

Atenção, leitores!

O blog virou site, e agora as produções serão publicadas no seguinte endereço:

http://jessicabianchi.com


Continuamos na mesma fan page no facebook: https://www.facebook.com/stringsfrommyviolin

Agradeço sua compreensão. 

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Como eternizar uma pessoa em um texto?

Em quantas maneiras somos capazes de eternizar uma pessoa em um livro?
Por meio de uma personagem com transtorno bipolar, dependente química e com complexo de superioridade?
Talvez. O que importa é que as pessoas que um escritor conhece e decide eternizar em um livro acabam não tomando conhecimento do caso. E quem vai se identificar com a tal descrição será o infeliz hipocondríaco que estiver lendo o livro (pode até ser a Antologia Poética do CNNP, inclusive) tragando seu cigarro e que deu sermão em algum subordinado naquele dia.
"Nossa! Me identifico tanto com o fulano! Escreve super bem."
Confesso que já perdi o rumo da prosa. Havia pensado em dizer, por um momento, nas mais variadas formas de eternizar uma pessoa em uma publicação em versos, que é algo muito difícil. Para identificar a criatura eternizada no texto, você tem que conhecer o autor muito bem. Aí comecei a refletir sobre uma pessoa bipolar-dependente-que-se-acha-superior e pensei: por que não falar de quem se identifica mas não é o protagonista? Expliquemos.
Pra mim é o que ocorre em romances de tipo John Green, por exemplo. (Longe de criticá-lo, acho excelente, é disso que o adolescente precisa, da crueldade da vida e aprender a lidar com ela desde cedo) AI QUE LINDO "A culpa é das estrelas", parece eu e o fulano. Nope. Procure quem ele quis eternizar naquela descrição. Longe de ser isso que 'cê tá pensando. E o burro vai na frente.
Mas e se eu souber quem o louco autor eternizou em um texto? Hã? A treta está lançada.
E de fato, já que o autor lança um livro sobre alguém (ou mais de uma pessoa, no caso de coletâneas de textos avulsos, que é o que mais gosto de fazer) que ainda está vivo e que conhece muito bem. Quais as chances da criatura eternizada neste livro reconhecer? Será que reconhece? (lembrando que se você eternizar a mesma pessoa em todos os textos você tem sérios problemas).
Partindo do princípio que você não entregará nas mãos da personagem eternizada em sua publicação e nem com uma flecha indicativa ou com marca texto no parágrafo ou página: VOCÊ É ESTE AQUI! deveremos nos contentar com o simples fato de ter tentado. É, devemos nos contentar com as tentativas, assim estaremos sempre contentes! Só não estaremos contentes quando não tentarmos. Então... Não paremos de escrever!
Ainda lembrando das falas do grande Schopenhauer que disse "não se escreve sem sentir necessidade" (caso contrário, não estará bom, não será útil) um texto feito pensado em alguém (praticamente todos, certo?) terá sua serventia, e essa é a graça de ler romances. (Viajando de novo).
Há quem diga que é perda de tempo ler romances, porque eles não falam da realidade e são como novelas. (!) Vamos combinar que o mundo é movido por pessoas, que você precisa delas, que você se apaixona por uma delas, que você não é nada sem elas e que ainda as escolhe como instrumento de trabalho (meus pêsames). Muitos dos erros que cometemos conosco poderiam ser evitados ao ler romances. A graça não é torcer para gerar conflito, e sim aprender com os erros dos outros, para não perder tempo cometendo os mesmos erros em sua vida! (VER SOBRE ERRO NO POST:http://stringsfrommyviolin.blogspot.com.br/2015/01/filosofia-de-vida-certo-e-errado-do.html)

É pra isso que existe romance, é pra isso que existe poesia. Agora me ocupo em obscurecer meus eternizados nos livros a serem publicados futuramente.

domingo, 25 de janeiro de 2015

Sugestão de leitura - "My Drunk Kitchen", por Hannah Hart

Apesar de ser um livro de culinária, podemos encontrar no meio dele umas representações da vida adolescente-adulta que nos farão refletir. Uma delas se encontra na receita "Sweet Dip", em que a autora começa explicando que "não há problema em dizer não às vezes."

"Na vida, você encontra vários tipos de pessoas. Por acaso, você já encontrou alguém que simplesmente é legal demais? Assim, que vão longe demais por serem gentis? Ao ponto que seriam capazes de causar mal a eles mesmos para fazer um favor a você? (...) O que quero dizer é que tenho uma amiga que mais ou menos me tira do sério. Ela é tão agradável! E está sempre pronta, com fatos e informações interessantes. Sempre disponível... mas às vezes ela diz coisas... ou faz coisas... que são tão perigosas a ela mesma que... eu não consigo. Isso me deixa frustrada. Mas o problema é que gosto muito da companhia dela! Ela é como um respingo de caramelo sobre a fatia de cheese-cake. Um bocado de chocolate cobrindo um morango. Como um marshmallow sobre um biscoito. Mas imagine tudo isso de uma vez só. Em grande quantidade. Te faria mal para o estômago, certo?" *

Ah, eu concordo. Sou uma mistura de caramelo com chocolate e marshmallow insuportável. Engraçado é se reconhecer assim mas não conhecer ninguém que seja uma mistura de caramelo-chocolate-marshmallow insuportável. Não tenho ideia de como é. Apenas imagino ser incrível conhecer alguém assim. (insuportável! risos)

Anyway, o "Sweet Dip" que Hannah propõe nesta página do livro é uma mistura incluindo chocolate, marshmallow e caramelo. Conclui-se que no fundo, é comestível (!)

Acredito que é relevante dizer que ainda não terminei a leitura do livro. Mas já acho o máximo e recomendo. Estou na metade, e já é a segunda vez que Hannah me mostra algo que me toca e diz "acorda, dá pra fazer/ser melhor".

E enquanto ao "Sweet Dip", acho que será minha primeira receita após a leitura. Até agora foi a que mais combinou. E você, conhece alguém que seja uma mistura de chocolate-marshmallow-caramelo insuportável?

Ah, fala sério. É irresistível, quem não quer?

* tradução minha

Referência:

HART, Hannah. My drunk kitchen. Canada: Dey Street Books, 2014.


sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Uma crise chamada "adultolescence"

NOTA: este texto esteve 'de molho' há alguns dias. Tomei a liberdade (afinal ele é meu) de retirar as "marcas de indignação" (leia-se palavrões e agressões verbais). Este também deve ser um dos maiores textos que publico aqui, mas como já dizia o filósofo Schopenhauer, quem escreve por necessidade está escrevendo algo de bom (ou seja: não fica preso a um só gênero).

A inspiração para esta reflexão surgiu de um trecho de livro, as always:

"Prefiro chamar esta terrível fase de "adultolescence" - uma segunda puberdade que acontece durante seus vinte e poucos anos ou, às vezes, até nos seus trinta. Para mim, começou quando tinha 23, quase terminando a faculdade, e continua nas mais diversas formas até hoje. (...) Sinceramente, acho que a razão dessa transição ser tão difícil é que ninguém nos prepara para isso. Não dizem a você que seus amigos estão se casando enquanto você ainda está sozinho e que você começará a questionar tudo!"*
"My drunk kitchen" - por Hannah Hart


Realmente essa "adultolescence" é um problema. Lendo o livro da jovem Hannah Hart (em inglês, versão ebook), que encontrou 'seu lugar no mundo' fazendo o que gosta, concordo que não somos avisados dessa terrível fase da transição da adolescência para a vida adulta. Ela parece ser a pior de todas as fases - e não sei dizer se realmente é, pois a que vivemos no momento sempre parece ser a pior! - mas é extremamente complexa e difícil de lidar por ser uma transição totalmente opcional.

Você pode ser adolescente pelo resto da vida. Essa não é a discussão que proponho, mas não deixa de ser um fato. O problema é que ser adolescente não basta. A vida adulta tem seus poréns - excesso de responsabilidade, possível casamento, possíveis filhos, bens materiais, carreira profissional - e, por incrível que pareça, estas não são as causas da crise da adultolescence.

A crise é quando você não consegue se definir. Sabe bem o que gosta, o que quer fazer, bem como tem conhecimento das suas intenções - as melhores. E vê que a vida dos colegas que chegaram à adultolescence com você não compartilham da mesma situação. Você está solteiro - por opção - continua estudando - por opção! - um pouco frustrado com a profissão escolhida, sem muitos bens materiais - pra não dizer nenhum - sem grandes responsabilidades e sem reconhecimento algum. Sei que independente disso, podemos muito bem colocar nossas habilidades em prática e trilhar um caminho. A enorme pedra no meio do caminho, chamada 'culpa' (deve haver um nome melhor) por não ser o que esperam que você seja em sua adultolescence é algo crucial. Cruel.

Partindo da ideia de que todo ser humano busca ser feliz na vida, sabemos que tem muito “adulto-padrão” que é infeliz. Infeliz porque nunca fez o que gosta. Infeliz porque fez o que os outros queriam que ele fizesse. Teve sua adultolescence, mas não vivenciou a crise. Deixou-se levar pelas críticas. Mudou o modo de vestir. Mudou o modo de agir. Mudou o modo de pensar - nunca seguiu seu coração.

Embora nos sintamos deprimidos por estarmos em uma situação invisível perante a sociedade, sabemos que não há nenhum sentimento que dure para sempre (leia Rilke!) e a adultolescence há de passar. Sigamos nosso coração e o que tiver que ser feito será feito com ele, e assim não haverá erros. :)

Brincadeiras são necessárias. Quando uma pessoa lhe fala brincando, talvez seja a única forma que ela encontrou de te dizer algo sério. Estou treinando isso. A ironia tá aí para ser usada. Estou aprendendo muito com esse livro. E é um livro de culinária!


Anyway, já dizia Avril Lavigne: “aham,a vida é assim. Aham, é deste jeito.” O simples é o que há de mais sofisticado, e o óbvio é necessário porque não prestamos a devida atenção nele obviamente por ser óbvio. Portanto, lute. Lute, lute, lute, lute. E lute mais um pouco.

*tradução minha.

Referências:
HART, Hannah. My drunk kitchen. Canada: Dey Street Books, 2014.

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Filosofia de vida - certo e errado do ponto de vista da intenção

Há algumas coisas que precisamos aprender. Muitas delas podemos absorver prestando atenção ou ouvindo o que os outros têm a dizer.
Erros são erros quando alguém faz algo com a intenção de acertar, surpreendida pelo equívoco. Ora, parece óbvio. Mas não pode ser erro o que alguém faz com a intenção de causar o desentendimento, o dano, a maldade. A intenção é a chave. Certo e errado pode haver tanto em uma pessoa bem intencionada quanto a uma mal intencionada. Se uma pessoa mal intencionada planeja puxar o tapete de alguém e falha, foi um erro. Do ponto de vista dela. Do ponto de vista de suas intenções mais íntimas. Uma pessoa bem intencionada pretende fazer algo de bom omitindo uma informação, para evitar um desentendimento, para alegrar alguém ou para motivar. Distorce a realidade. Não consegue, cometeu um erro. E, quando consegue, a julgam. Acusam. Tempestade em copo d'água.
Que quero dizer é que o erro e o acerto, por termos a incapacidade de enxergá-los na maioria das vezes (dado que não conhecemos as intenções de todos a fundo), obscurece e nos faz cometer injustiças. Sim, é difícil admitir, pois é praticamente impossível fazer tudo certo, já que o certo é relativo, como citei acima. Mas é amplamente possível ter as melhores intenções.
Trata-se de um processo lento de construção de suas intenções perante a sociedade. Nem mesmo nossos familiares ou pessoas que nos relacionamos diariamente saberiam dizer se elas são boas ou más, pois além de terem de lhe conhecer a fundo, terão de ter boas intenções também.
Por isso o perdão é a ponte para a boa intenção. Cada um sabe de si, e onde se encaixa nessa questão. Quem é bem intencionado, entenderá os passos de um bom intencionado e perdoará o mal intencionado, pois sabe-se que uma pessoa é incapaz de reconhecer e entender algo que não amadureceu nela, que ela nunca recebeu em troca, nunca pôs em prática. E o mal intencionado precisará aprender com seus erros e acertos. Mais com os acertos, que com os erros! Porque cada acerto dele será uma má intenção. 

Sossego


Sossego
Eu muito te almejo
Me procuro nas esperas que não entendo
Na ansiedade e paciência que não vejo
Quero o mundo e ele me faz aguardar
De demoras, de outrora me conformo
Mal sabes que só queria ver o mar.

Sossego
Um ver sem ter,
Agonia que a vida provê
Esperando sem viver
Se espero, demoro a progredir
Produzo uma estrela onde já tens um céu,
Se vivo, te vejo partir.

sábado, 3 de janeiro de 2015

Sorteio

Olá leitores,

mês que vem tem sorteio:
um exemplar da Antologia Poética Concurso Nacional Novos Poetas, que abriga um dos poemas do blog!

O concurso selecionou 250 poetas entre mais de 3 mil, organizado por Isaac Almeida Ramos, contém mais de 400 páginas de eu-líricos.

Leia o regulamento e participe!
O sorteio ocorrerá no dia 05 de fevereiro.


Clique no link abaixo:

https://www.sorteiefb.com.br/tab/promocao/417254




sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Amarela

que vontade de consertar o mundo
quero que me olhem bem no fundo
dos meus olhos, minha demência tem cura
acontece que ninguém a procura.

adianta levantar meu muro
não se enxerga no escuro
e ao pintar minha tela
de sonhos, amarela

quero ficar bem longe
almejar novo horizonte
esperando do outro lado
algo que apague meu passado.

evoluir não é mais questão
a sorte não cabe na minha mão

estudarei os passos, sem ver o que está atrás
que a rosa dos ventos me traga paz.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Contemplação da ausência

Por que a ausência está sempre em evidência?
Nos olhamos no espelho e encontramos imperfeições. Não só físicas, mas também psicológicas. Eu enxergo inúmeras. Temos a incapacidade de considerar o espelho como nosso amigo. O problema está em nossos olhos.
Estes, denominados 'janelas da alma' são mais inimigos que aliados. E nós somos os culpados, pois confiamos a eles a visão da imperfeição. Quantas coisas boas somos capazes de ver ao nos olharmos no espelho? Não importa a quantidade, o que enxergaremos será uma mísera verruga de nosso defeito.
E ao dar as costas a ele, que vemos? Seres humanos que também se fitaram no espelho não amigo, com os mesmos olhos negativos.
Sabemos elaborar uma lista com todos os itens que faltam para nós. Todas as qualidades que queremos ter. E até mesmo bens materiais, que não precisamos. O que já temos de bom, e o que há de bom nos seres humanos, não sabemos dizer. Parece que não é relevante!
Porque não instruir nossa janela da alma a enxergar o que realmente há de bom? Por que não administramos nossa capacidade intelectual para valorizar a presença e não a ausência?
Conquistamos e lutamos para perder, para depois contemplar a ausência. O ser humano é autodestrutivo. "A arte de perder não é difícil dominar", pois queremos perder o que temos para a ausência contemplar.




sábado, 20 de dezembro de 2014

Publicada no dia 20 de dezembro de 2014 no jornal Notícias do Dia

Firme e forte!
Mais uma publicação no caderno Plural do jornal Notícias do Dia deste fim de semana (20 e 21 de dezembro).
Desta vez o perfil ficou maior com a publicação da antologia poética do prêmio Concurso Nacional Novos Poetas.

Seguem os textos:








domingo, 14 de dezembro de 2014

Posso amar

       eu me demoro
Pois o Tempo não nos define, imploro
Esse senhor que obscurece nossa cor
Apressa-te que sinto dor
Não se trata de acaso
Em minhas veias rabisco teu traço.

        eu me demoro, eu sei
Senhor Tempo, nessas amarras tentei
Desviar da estrada vazia
Pois nela não há serventia
Desbravarei um caminho que cruze com o seu
Ouso crer que será o meu.

         eu me demoro!
Pois bebi do verbo amargo
E as fumaças do senhor seu Tempo, trago
Por mais que tenha me embriagado
Exijo tua face a fitar-me neste estado
Que meu corpo entenda e minh'alma se renda.